sexta-feira, junho 01, 2007

História de Encantar X



Não foi há muito, muito tempo, que um menino chamado João (que era) Pateta vivia com a sua mãe numa pequena barraca no bairro da lata.
Como eram muito pobres, a mãe do João tinha de trabalhar muito: eram horas e horas a costurar e a remendar roupa.
E o João o que fazia? Nada!Durante o Inverno, era vê-lo sentado em frente ao quentinho da vela acesa.. Já no Verão, o que ele gostava era de se sentar lá fora, junto à fossa a céu aberto e apanhar Sol na cara.
E era assim que ele passava os dias...Mas, certa vez, a mãe disse-lhe:
- Quem não trabuca, não manduca! Tens de começar a trabalhar, João!
E lá foi ele trabalhar.
Falou com o Tio Bagão Feliz e fez-se sócio do SAL ( Sociedade dos Amigos da Laranja).
O primeiro emprego que o Tio Bagão lhe arranjou foi, em casa de um lavrador que lhe deu uma moeda por um dia de trabalho no campo.
João colheu o trigo, levou as vacas a passear e ainda deu de beber aos animais da quinta.
O lavrador, muito satisfeito, deu-lhe a recompensa prometida.
Só que, já a caminho de casa, João tropeça e deixa cair a sua moeda num bueiro mal cheiroso. Como é que ia contar à mãe o que lhe tinha acontecido?
Gritou a Mãe:
- És um tonto, João! Um cabeça no ar! Então porque é que não guardaste a moeda no bolso?
- Prometo que da próxima vez o faço, Mãe - disse o João cabisbaixo.
No dia seguinte, João foi contratado por outro lavrador para levar o rebanho a pastar às montanhas.
E lá foi...Só que agora, em vez de receber uma moeda, João ganhou um grande jarro de leite fresco, acabadinho de sair da vaca. Mas onde é que ele ia levar o jarro de leite?
- Já sei, no bolso!
E lá foi ele para casa.
Mas, há medida que ia andando, o leite ia caindo no chão.
Resultado: o João chegou a casa sem leite nenhum para dar à mãe.
Esta ficou espantada:
- Então não sabias que devias trazer o leite à cabeça?
- Prometo que da próxima vez o faço, mãe!
Mais um dia de trabalho e mais uma recompensa: desta vez foi um queijo amanteigado.
Tal como a sua mãe lhe tinha indicado, João decide levar o queijo na cabeça.
Só que, com o calor, o queijo acabou por derreter...
- Mas João, porque é que não trouxeste o queijo na mão?
- Prometo que da próxima vez o faço, mãe!
No dia seguinte, João vai ajudar o Manel da padaria a preparar o pão. E o que recebe em troca?Um belo coelho!
Todo contente, João segura o animal entre as mãos e aí vão eles a caminho de casa.
Mas, como o coelho era muito irrequieto, este acaba por saltar-lhe das mãos e fugir.
João ainda correu atrás dele, mas o coelho era muito mais esperto e escondeu-se atrás de um cartaz do B.E...
Ali estava a salvo dos patetas !!A mãe nem queria acreditar !!
- Sabes o que é que devias ter feito? Devias tê-lo atado com um cordel e arrastado atrás de ti.
- Prometo que da próxima vez o faço, mãe!
O talho foi o sítio que escolheu para trabalhar no dia seguinte.
Depois de uma manhã de trabalho, João recebeu um belo e saboroso presunto.
- Como é que eu o levo para casa? Atado com um cordel e arrastado atrás de mim, pensou...
Claro que quando chegou a casa o presunto já estava cheio de pó, meio desfeito e ninguém o podia comer.
- João, o presunto é para carregar às costas!
- Mamã, prometo que da próxima vez o faço !
Depois de uma noite descansada, João vai trabalhar para casa do pastor. Um burro é o que recebe como recompensa.
Apesar de ser muito pesado, João não desiste de seguir os conselhos da mãe e leva o animal às costas.
A caminho de casa, o rapaz passou pela casa de um homem muito rico, dono de grandes fabricas, hipermercados, banqueiro e sacristão aos domingos para não perder a fé.
Este tinha uma filha muito bonita, a Maria, mas que tinha um problema: ninguém a conseguia fazer rir! Nem os Malucos do Riso, Herman José, Tibúrcio, Santana Lopes ou a Lili Caneças o conseguiram alguma vez.
Por isso, o pai tinha prometido que quem fizesse rir a sua filha, iria casar com ela.
E foi isso que aconteceu.
Muito aborrecida, Maria estava à janela quando viu este espectáculo; um rapaz, muito encarnado, a carregar um burro às costas.
E, de repente, uma enorme gargalhada encheu a grande casa. Todos vieram ver o que se estava a passar.
Passada uma semana, João Pateta e Maria casaram e passaram a viver, felizes para sempre, na mansão do pai de Maria.
A Maria olha para o João e ri muito.
E o João nunca mais teve de trabalhar.
Basta-lhe de vez em quando carregar o sogro ás costas, para a sua bela e hilariante esposa rir muito mais.
Conserva o cartão dos SAL, não vá a Maria perder o pio.

Moral da história:Se não quiseres trabalhar, anda com o teu sogro às costas.

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