sábado, julho 21, 2007

Frase









"Qualquer mudança, desde que reduzisse, economizasse e afrontasse os professores, foi considerada moderna e progressista" .

Santana Castilho, PÚBLICO, 19-07-2007

quinta-feira, julho 12, 2007

Portugal Cinzento


Ainda há quem se lembre do Portugal antes do 25 de Abril de 1974
Era um País cinzento.
O medo era uma constante em cada rosto que cruzavam as cidades, vilas ou aldeias.
Já há, quem preveja uma nova edição dessa época.
Porradinha e mau viver.
Os "bufos" farejam que nem cães, buscando a sua presa dentro dos gabinetes ou corredores do funcionalismo público.
Já aparecem aqui e acolá a perseguição política e a "caça às bruxas".
E o Povo está sereno e adormecido...
Esta sonolência popular dá-me medo.

quarta-feira, julho 04, 2007

Ao meu Menino




Quando Menino
as tuas mãos pequeninas
que pegam conchas e estrelas
e areias d'oiro do mar
sentirem cabos de enxadas
e punhos de espadas
nesse dia meu Menino
os teus gestos são ameaças !!

Quando Meninoa tua boca pequenina
polpa vermelha de frutos
a pedir contos de fadas
vier a falar as verdades
e acusar os cobardes
nesse dia meu Menino a
tua voz será muda !!!

Quando Menino
os teus passos pequeninos
se tornarem certos e fortes
sem que o medo as pernas dobre
para escaladas de montanhas
e epopeias tamanhas
nesse dia meu Menino
os teus passos deixam marcas !!!

Então Menino...
Ai meu Menino!
Ver-te sempre pequenino
pra que os males nunca te tomem...
É adverso o destino!
Cresce, cresce meu Menino
para que um dia
sejas um Homem !!!

Luanda, 25/06/75


quinta-feira, junho 14, 2007

Ele vai nú

DEUS vai nú.
Vai ausente de vergonha e espanto, bamboleando-se, pederasta, pelos ground zero da loucura humana.
Vai sem vinganças nem justiças, peidando-se aqui e ali, protegendo os pés meninos do braseiro que foram duas torres, conversando com os mortos como se estivessem vivos, abençoando generosamente os malditos.
Vai com salsa nos ouvidos, para não ouvir os tiros e as lágrimas - excepções ao silêncio esquelético.
Deus vai com venda de cabra cega para não dar pelas cabeças desgarradas dos corpos que já não se sabe onde estão, porque os tubarões comeram, porque as fogueiras devoraram, porque a destruição, porque o ódio, porque a selvajaria, porque a indiferença.
Deus vai pelas avenidas do sofrimento, sorrindo complacente e erguendo continências para as milícias danadas.
Deus vai de blindado, sorridente e cumprimentando de longe os soldados do crepúsculo.
Deus vai nú.
Desce pelos escombros humanos como que deslizando pelo corrimão da infância, consciente da inconsciência da história, como um diplomata com assento permanente no Conselho de Segurança das Contas Bancárias Suiças.
Deus vai impune, perseguindo os famintos pelas montanhas e pelos desertos, disparando morteiros sobre o desespero, despejando ódio pelas aldeias, deixando filhos sem mães e o mundo todo orfão. Pouco a pouco, este Deus que vai nú, revela a sua pura natureza e deixa indelével nas paredes do mundo a impressão digital do mistério.
Pouco a pouco toda a gente vai ficar a saber como é o inferno…
Porque o inferno é aqui.

segunda-feira, junho 04, 2007

O Retorno do Avô III

( O Avô levanta-se e com a bengala em punho começa a bater na mesinha da sala de estar, quebrando o vidro desta e a jarra que ali estivera. O neto assustado, foge assustado e grita a bom gritar por socorro. Pela porta lateral, entra Josefina, mulata roliça, com um tabuleiro, onde se podem ver um copo com água e os frascos com medicamentos. Chegando-se ao pé do velho que continua a partir a sala, vociferando e insultado tudo e todos diz carinhosamente)
- Paizinho então o que é isso? Tenha calma tudo vai acabar em bem. Já temos as passagens para Luanda. Tome os medicamentos para os nervos. Vá lá. Faça a vontade à sua Josefina. Tá bem?
- Vai chamar pai a outro sua cabra preta. Arreda zebra da tuge! Pira-te daqui antes que te mate.(Ao longe, ouve-se uma voz ténue, que parece vir de um quarto interior, chamando por Josefina)
- Josefina! Ó preta dum raio! Que tem o patrão?
- O mesmo do costume minha Senhora. O mesmo do costume.
( Entretanto o velho cambaleia e estatela-se no chão. Josefina corre para ele e tenta socorrê-lo. O neto perante a aparente acalmia, entra novamente na sala e junta-se a Josefina procurando indagar-se do estado do Avô)
- Pedrinho o que disseste ao Avô que o irritou tanto? Ele parece estar mesmo mal. Ó meu Deus que ele já revirou os olhos e deixou de respirar. Deus meu que ele está morto!
(Olhando para o tecto, parecendo procurar o céu infinito Josefina balbucia em tom pouco audível)
- O avião o trouxe e à terra retornou…
Josefina soluça de mansinho e afagando a cabeça de seu pai vai dizendo uma ladainha imperceptível. Pedrito levanta-se, pega na Play Station e liga a televisão. É hora do telejornal. Este abre com a seguinte notícia:
- Aumenta o número de mortes em Portugal derivado à Alzheimer. Cada vez mais, os idosos …
(apagam-se lentamente as luzes do palco e o som da TV vai diminuindo, como se acompanhasse o decréscimo da luminosidade. Do quarto da Patroa, ouvem-se sons flatulentos entre um ressonar intermitente )

Cai o pano

FIM

domingo, junho 03, 2007

O Retorno do Avô II



-Avôzinho, já não estou a entender nada. O Deus dela devia ser castanho não achas?
- Ó meu filho isso não interessa agora para nada. O que interessa é que Deus é Deus, embora ás vezes eu não acredite muito no que Ele faz. Quando mais precisávamos dele abandonou-nos à nossa sorte, deixando-nos quase na miséria…
- Na miséria Avôzinho? Temos 3 carros em casa. A Avozinha não faz nada. Anda sempre ás compras e tem pulseiras de ouro e colares de pérolas. Acho que estás a dar-me tanga Avôzinho!
- Quem se está a armar aos cucos és tu. Parece-me que andas em maus caminhos. Se eu digo que estamos quase na miséria é porque estamos mesmo! O Avô nunca mente !
- Ok.Ok Avôzinho. Mas diz-me lá então porque és retornado e ficaste sem tudo o que tinhas em África.
- Assim está melhor ! Quero que saibas, o que a nossa Família perdeu depois de tantos anos de sacrifício naquelas terras maravilhosas, nas nossas fazendas sem fim, onde as nossas milhares de cabeças de gado pastavam livres como o vento. Bem, uma vez, fugiu um vitelo por causa do pastor que tomava conta da manada. Adormeceu o sacana do preto e o vitelo fugiu. Nunca mais o vimos. Se calhar foi comido por alguma onça ou outro animal qualquer. Mas o preto não se ficou a rir. Levou tanta porradinha e uns paus de gindungo pelo cu acima, que nunca mais teve vontade de dormir enquanto tomava conta do gado.
-Avôzinho, que barbaridade…!!! Gindungo não é aquele piripiri que mandas meter na sopa e que pica muito na língua?Pópilas ! Ser preto é uma coisa lixada.
- Qual lixada qual quê! Preto é preto. Serve para trabalhar e até levar gindungo no cu se for preciso. Foi assim, que alguns chegaram a ser homens verdadeiros.
( O neto agora afasta-se um pouco de junto do Avô e prepara-se para ir jogar Play Station.
O cota sente que o petiz já não está muito interessado na história.
Puxa-o por um braço violentamente senta-o perto de si e continua a história)
- Espera que agora vou contar-te porque me chamam retornado e fiquei sem as minhas riquezas em África.
- Tá bem. Conta lá então mas depressa que tenho de ir acabar o jogo. ( O rapaz faz um ar entediado)
- Fiquei sem nada, porque alguns pretos a quem os brancos deram a mão, ajudando-os, educando-os, pô-los a estudar, começaram a levantar cachimbo, a lerem coisas que só ao Diabo lembra ler, convenceram-se que África era deles, que os brancos lhes roubaram as terras, as mulheres, os filhos e sei lá que mais e começaram a matar todos os brancos para quem haviam trabalhado e aprendido a serem homens. Muitos desses ingratos, hoje são médicos e engenheiros, professores e padres, tudo à minha custa e de outros tantos que os acarinharam como se nossos filhos fossem. Tornaram-se terroristas os malditos. Muitos brancos tiveram que fugir abandonando as terras que tanto suor e lágrimas lhes custaram. Depois esses bandidos, com a ajuda dos comunistas…
- O que são comunistas Avôzinho? ( pergunta o mocito um pouco mais interessado na conversa)
- Comunistas, são uma espécie de pretos, que vivem na Rússia, que matam e roubam os ricos e alguns até matavam criancinhas para as comerem ao mata bicho. Foram eles que deram a volta á cabeça dos pretos, de modo a nos traírem e ficarem com tudo o que era nosso!
- Mas Avôzinho, há uma coisa que eu não entendo…
-Diz lá rapaz. O que não entendes?
- Os navegadores quando chegaram a África compraram as terras a quem? Os pretos já lá estavam não já?
- Também tu meu sacana de merda? Não te disse para não fazeres perguntas estúpidas? Também tu já andas com ideias parvas? Quem te ensinou a pensar dessa maneira? É isso que te ensinam na escola? Não te ensinaram a história de Portugal e naõ te falaram nos heróis que desbravaram aquelas matas, e levaram a Fé aos pretos que andavam de tanga a comer bananas com os macacos? Não te ensinaram nada? Comunas da merda que agora até já enganam a miudagem!Filhos da puta! Malditos sejam! Morram todos os comunas e pretos e outros malditos como eles!

(continua)

O Retorno do Avô I



Peça num só acto .



( Sentados na sala bem mobilada, o Avô que parece dormitar, é interrompido no seu descanso pelo Neto que entretanto se aborrecera de jogar Play Station).
De um salto a criança desata ao gritos junto ao auricular encravado na orelha de seu amado avô:
- Avôzinho ! Ó Avôzinhoooooooooooo !- Dize lá meu querido netinho. Mas não faças perguntas esquesitas! Tá bem amorzinho lindo do avô?
- Tá bem avozinho kiduxo. Diz-melá então, porque é que és retornado e ficaste sem tudo o que tinhas em África?
- Ó meu netinho, isso é uma história muito longa e com mais de 500 anos !
- Mas tu tens mais de 500 anos avô ? Caramba ! Conta avozinho ! Conta ! Conta!
- Tá bem. Vou contar-te.
Ajeitando-se na cadeira, o avô cerra os olhos e deixando cair uma lágrima pelo canto do olho, relata a seu neto...
-Há mais de 500 anos, uns navegadores portugueses que andavam à sardinha perderam-se no mar. Arrastados pelos ventos e pelas fortes marés foram ter a África. Ali chegados, encontraram elefantes, macacos, girafas, leões, etc.etc.
- Avozinho, só haviam animais ? E pessoas não haviam? ( pergunta com curiosidade o neto)
- Pois, pessoas não haviam não. Andavam por lá uns pretos, que só diziam uga uga e outras coisas que os navegadores não percebiam. Andavam quase nus, comiam como os gorilas, não tinham maneiras nenhumas e viviam de qualquer maneira.
Os navegadores, a maior parte deles gente culta e de fé, tiveram logo que, no primeiro encontro com os pretos, dar-lhes umas porradas para eles entenderem que quem mandava em África não eram eles.
E foi assim à estalada e ao pontapé no cu, que os pretos começaram a trabalhar para os navegadores e família ( que ainda não eram retornados, só passaram a ser 500 anos depois), bem como aprenderam a acreditar em Deus e a rezar o Pai Nosso.
- Xiiiii Avozinho !!! Não acreditavam em Deus nem na Nª Srª de Fátima ?
- Pois não meu neto lindo. Para eles Deus era a terra, o sol, o mar, os pássaros, as florestas e N. Srª de Fátima ainda não tinha aparecido nessa altura.
Eram uns selvagens!
Tivemos que os educar durante séculos. Mas não foi tempo perdido, porque alguns conseguimos domesticá-los, ensinámo-los a sentarem-se à mesa, a deixarem de comer os restos das nossas refeições e escorropichar os nossos copos de vinho tinto vindo do puto.
Os anos foram passando e os pretos começaram a aprender a trabalhar como nós e para nós.
Faziam um pouco de tudo. Trabalhavam na tonga, na borracha, nos nossos milheirais, ora substituindo os jumentos ora capinando.
Enfim trabalhos agrícolas tal como os navegadores faziam nas suas aldeias antes de se perderem em África.
Depois desta fase, começaram a chegar a África muita gente, uns eram ricos e mais ricos ficaram porque descobriram que um preto qualificado rendia bom dinheiro. Começaram a vender os pretos. Se soubesse cozinhar, lavar os pés aos seus donos, tomar conta dos meninos, lavar a roupa e cantar canções de embalar rendiam muito dinheiro.
As pretas, se tivessem outros predicados para além destes, podiam até valer o triplo.
- Avozinho, porque não trouxeste um pretinho para me lavar as costas que eu não consigo?
-Hahahahaha essa é boa meu netinho ! És inteligente meu safadote! Mas não pude trazer. Mas olha que eu tinha dois pretos para tomarem conta de mim e levarem-me à escola ás cavalitas. Bons tempos !!
-Hummmmm...tinhas duas motorizadas, só que eram pretos. Boa ideia. E mais?
- Com o andar dos anos, estas vidas foram-se mudando, os pretos começaram a ficar mais parecidos com os brancos e alguns brancos mais parecidos com os pretos.Tinham a mania que eram todos iguais, que eram todos filhos do mesmo Deus.O que está errado! Basta olhar para um preto para se ver que não pode ser filho de um Deus branco! Entendes?
- Entendo sim. A Josefina, que diz que é minha prima tem um Deus castanho?
- A Josefina não é nada tua prima! São invenções dela. Ela foi encontrada à nossa porta de casa dentro de um saquinho. E nós, como bons cristãos adoptámos a mulatinha. Percebeste? Mas o Deus dela é branco!

(continua)

sexta-feira, junho 01, 2007

Salazar



Redacção

Eu gosto muito de Salazar.
Salazar naxceu numa aldeia pequenina e era filho de pobrezinhos.
Desde crianssa mostrou cempre sere muito intelijente.
Estudava tãto tanto no Ceminário ,que Deus mandouo para a Univercidade para ser Stôr e não Padre.
Salazar formouce eim Direito e era tão direito que foi professoure de Direito na Universidade de Cuimbra.
Era muito dado a Deus.
Á custa de muita orassão e devossão ao Senhoure ,e com a ajuda de seu grande Amigo e companheiro de brincadeiras o Cardiále Serejeira, chegou ao Puder em Portugal.
Ele ajudou muito Portugal. Ebitou que Portugal entrace na III Grande Guerra Mundiale, poupando a sua Pátria à fome é á mizéria.
Católico e bondouzo como era, não tomou partido dos Inglezes ou dos Alemãis. Ajudouos sem olháre a amizades.
Rezava a Nª Srª de Fátima para que findáce a guerra e conseguiuo.
Poupou muito e por isso morreu pobre.
Portugal com Salazar a gobernare, tinha muito ouro nos cofres e muitos políssias na rua, muitas pides e gênérres.
Ele mandou construire estradas, escolas e igreijas.
Mandou construire tambeim óspitais e descobriu o Caminho Alcatruádo para Fátima.
Eu gustava que Salazar não tivece caído da cadeira açacina que lhe fez perder a sua imença bitalidade e firmeza no combate à pobreza, à ingnoranssia, e icencialmente no combate aos paízes comunistas que cinfiltravam em Portugal e refudião as cabessas aos oprários, campunezes e istudantes.
Se Salazar fousse vivo, o 25 de Abril não passaba de 24 !
E mais...

Se Salazar fousse vivo o Benfica era Campiaum Nassional de todos os Portugueses!

Viva Salazar !
Viva Portugal !

Redacção de um Menino de 10 anos - Infantário São Josemaria Escrivá de Balaguer, devidamente corrigida pela sua Irmã Monitora .

História de Encantar X



Não foi há muito, muito tempo, que um menino chamado João (que era) Pateta vivia com a sua mãe numa pequena barraca no bairro da lata.
Como eram muito pobres, a mãe do João tinha de trabalhar muito: eram horas e horas a costurar e a remendar roupa.
E o João o que fazia? Nada!Durante o Inverno, era vê-lo sentado em frente ao quentinho da vela acesa.. Já no Verão, o que ele gostava era de se sentar lá fora, junto à fossa a céu aberto e apanhar Sol na cara.
E era assim que ele passava os dias...Mas, certa vez, a mãe disse-lhe:
- Quem não trabuca, não manduca! Tens de começar a trabalhar, João!
E lá foi ele trabalhar.
Falou com o Tio Bagão Feliz e fez-se sócio do SAL ( Sociedade dos Amigos da Laranja).
O primeiro emprego que o Tio Bagão lhe arranjou foi, em casa de um lavrador que lhe deu uma moeda por um dia de trabalho no campo.
João colheu o trigo, levou as vacas a passear e ainda deu de beber aos animais da quinta.
O lavrador, muito satisfeito, deu-lhe a recompensa prometida.
Só que, já a caminho de casa, João tropeça e deixa cair a sua moeda num bueiro mal cheiroso. Como é que ia contar à mãe o que lhe tinha acontecido?
Gritou a Mãe:
- És um tonto, João! Um cabeça no ar! Então porque é que não guardaste a moeda no bolso?
- Prometo que da próxima vez o faço, Mãe - disse o João cabisbaixo.
No dia seguinte, João foi contratado por outro lavrador para levar o rebanho a pastar às montanhas.
E lá foi...Só que agora, em vez de receber uma moeda, João ganhou um grande jarro de leite fresco, acabadinho de sair da vaca. Mas onde é que ele ia levar o jarro de leite?
- Já sei, no bolso!
E lá foi ele para casa.
Mas, há medida que ia andando, o leite ia caindo no chão.
Resultado: o João chegou a casa sem leite nenhum para dar à mãe.
Esta ficou espantada:
- Então não sabias que devias trazer o leite à cabeça?
- Prometo que da próxima vez o faço, mãe!
Mais um dia de trabalho e mais uma recompensa: desta vez foi um queijo amanteigado.
Tal como a sua mãe lhe tinha indicado, João decide levar o queijo na cabeça.
Só que, com o calor, o queijo acabou por derreter...
- Mas João, porque é que não trouxeste o queijo na mão?
- Prometo que da próxima vez o faço, mãe!
No dia seguinte, João vai ajudar o Manel da padaria a preparar o pão. E o que recebe em troca?Um belo coelho!
Todo contente, João segura o animal entre as mãos e aí vão eles a caminho de casa.
Mas, como o coelho era muito irrequieto, este acaba por saltar-lhe das mãos e fugir.
João ainda correu atrás dele, mas o coelho era muito mais esperto e escondeu-se atrás de um cartaz do B.E...
Ali estava a salvo dos patetas !!A mãe nem queria acreditar !!
- Sabes o que é que devias ter feito? Devias tê-lo atado com um cordel e arrastado atrás de ti.
- Prometo que da próxima vez o faço, mãe!
O talho foi o sítio que escolheu para trabalhar no dia seguinte.
Depois de uma manhã de trabalho, João recebeu um belo e saboroso presunto.
- Como é que eu o levo para casa? Atado com um cordel e arrastado atrás de mim, pensou...
Claro que quando chegou a casa o presunto já estava cheio de pó, meio desfeito e ninguém o podia comer.
- João, o presunto é para carregar às costas!
- Mamã, prometo que da próxima vez o faço !
Depois de uma noite descansada, João vai trabalhar para casa do pastor. Um burro é o que recebe como recompensa.
Apesar de ser muito pesado, João não desiste de seguir os conselhos da mãe e leva o animal às costas.
A caminho de casa, o rapaz passou pela casa de um homem muito rico, dono de grandes fabricas, hipermercados, banqueiro e sacristão aos domingos para não perder a fé.
Este tinha uma filha muito bonita, a Maria, mas que tinha um problema: ninguém a conseguia fazer rir! Nem os Malucos do Riso, Herman José, Tibúrcio, Santana Lopes ou a Lili Caneças o conseguiram alguma vez.
Por isso, o pai tinha prometido que quem fizesse rir a sua filha, iria casar com ela.
E foi isso que aconteceu.
Muito aborrecida, Maria estava à janela quando viu este espectáculo; um rapaz, muito encarnado, a carregar um burro às costas.
E, de repente, uma enorme gargalhada encheu a grande casa. Todos vieram ver o que se estava a passar.
Passada uma semana, João Pateta e Maria casaram e passaram a viver, felizes para sempre, na mansão do pai de Maria.
A Maria olha para o João e ri muito.
E o João nunca mais teve de trabalhar.
Basta-lhe de vez em quando carregar o sogro ás costas, para a sua bela e hilariante esposa rir muito mais.
Conserva o cartão dos SAL, não vá a Maria perder o pio.

Moral da história:Se não quiseres trabalhar, anda com o teu sogro às costas.

quarta-feira, maio 30, 2007

Ali pertinho



Desta esplanada de Buarcos vejo um barco que não pode atracar.
Está identificado com o pavilhão holandês. Trata-se do  Women on Waves
Em terra algumas mulheres choram.
Badajoz fica longe.
Oiã é perto e tão longe das suas bolsas.
Para compor o ramalhete uma fragata provoca sorrisos em mafiosos e contrabandistas da droga.
Afinal a costa portuguesa está defendida.
O Aborto da Defesa discursa na TV todo ufano!
Nunca tinha reparado que o mar de Buarcos é tão lindo a esta hora.

História de Encantar IX


Era uma vez um gato que queria a gata.
Ele deu grandes miados e grandes saltos quando a conseguiu...
Passeava com ela para cima e para baixo, e como bom otário que era, não desconfiava que outros gatarrões a cobriam em qualquer telhado.
Ele dava-lhe tudo, desde jóias, roupas e perfumes.
Ela também lhe dava o que a gatada do bairro já estava fartinha de comer.

Mas o otário de nada sabia e lambuzava-se de prazer.
Enquanto ele gemia, ela fartava-se de simular orgasmos sem fim.
E com ar de felicidade perguntava-lhe:
-Amor, vamos fazer outra vez?
Ela sorria, e num ápice abria as pernas de modo a que ele pudesse novamente lambuzar.
Um dia...
Já cansada de tanta trepadela a gata resolveu engravidar.
Nem quis saber quem era o pai.Nem é tarde nem é cedo!
O otário servia que nem uma luva!
Mal o viu deu-lhe a novidade:
- Meu gatinho adorado. Vais ser papá meu amor...
A gata traçou logo ali planos futuros, a nova casa, o magnânimo jardim e os passeios com a prole naqueles campos relvados das redondezas.
O gatão nem queria acreditar no que ouvia !!
Era dia não para ele.Tava lixado.
Como dizer aquela gatinha que era casado, com uma ninhada em casa todos os dias à sua espera?
Encheu-se de coragem e contou-lhe tudo.Tim tim por tim tim.
Mas a gatinha não quis saber. Falou-lhe nos seus direitos e que ele teria de se explicar perante um juiz de direito.
Ele muito nervoso lá a convenceu a ir com ele a uma abortadora clandestina ali perto.
Foi com ela fazer um tratamento rapidinho.
Ela deixava assim de poder ter aqueles filhotes.
Ela aceitou de bom grado desde que ele continuasse a dar-lhe os mesmos presentes.
Ele acedeu.
Continua a comê-la no telhado e ela continua a fingir orgasmos.
São felizes.


Moral da história: Gato que mia quer carne

História de Encantar VIII



Andavam sempre juntos.
Gostavam ambos de apanhar aqueles raios de sol que iluminavam o campo trigueiro agora em pousio.
Por vezes subiam o afloramento que jazia à beira de um dos limites do terreno.
Uma vez lá, contemplavam ao longe a cidade.
Sabiam que tinham por lá uns familiares.Familiares que tinham emigrado para a grande cidade há muito tempo.
Era sonho deles deixarem o campo e irem ver a cidade.
Por vezes esgueiravam-se ao bloco granítico durante a noite.
Ali se quedavam trocando o cintilar das estrelas do céu, por aquelas luzes coloridas dos neons da cidade.
De mão dada faziam planos futuros.
Entre ais e suspiros trocavam amorosamente românticos beijos.
Certa noite decidiram que tinham de ir à cidade.
Tinham que pôr para trás, aquele receio de atravessar aquela auto-estrada barulhenta, que separava o campo da grande cidade.
O anseio, superou aquele medo medonho provocado por aqueles camiões e automóveis que circulavam naquela via rápida.
Resolveram que fariam a travessia pela manhã.
Um pouco depois do astro rei espreitar por trás do pinhal.
Aconchegaram-se um ao outro.
Por vezes um arrepio sulcava-lhes a espinha.
Não era do frio. Era aquele temor próprio de quem vai partir para a grande aventura.
Adormeceram. Um sono leve como seria de esperar.
Começou a nascer o dia.
Ele suavemente acordou-a com um leque de beijos na sua pequena cabecita.
Ergueram-se e rumaram ao seu sonho. A Cidade!
Chegados à berma da auto-estrada aperceberam-se que já havia demasiado movimento quer de um ou do outro lado da via.
Estremeceram. Mas já nada os podia fazer voltar atrás!
Aguardaram que não viesse nenhuma viatura para fazerem o primeiro lance da travessia.
O objectivo era chegar até ao separador da auto-estrada.
Ela, num impulso arrojado, larga a mão do seu companheiro e lança-se numa corrida frenética tentando alcançar o outro lado.
Porém não se apercebeu daquele auto-tanque que desabrido avançava em direcção a si.
O resfolgar daquela centenas de cavalos paralisou-a.
Aqueles rodados enormes aproximavam-se cada vez mais da cauda verde e sarapintada de bolinhas vermelhas e brancas, daquela jovem lagartixa.
O lagartixo, apercebeu-se que a sua amada ia ser triturada por aquela enorme máquina.
E num acto de louco amor, lançou-se em direcção à sua amada, puxando-a veementemente, salvando-a de perder a sua linda cauda sarapintada, quiçá, a própria vida.
Ela horrorizada viu o seu mais que tudo, ser decapitado por aquela roda negra gigante que por pouco não a ceifou.
Não podia ficar mais tempo ali.
Com dificuldade regressou ao seu lar no campo.
Sabe-se que morreu de velhice, sem nunca mais ter ido ver as luzes da cidade.
Olhava o céu à noite.Sabia que em alguma daquelas estrelinhas, estaria esperando por ela, o seu amado e corajoso lagartixo.

Moral da história: Por um bonito rabo muitas vezes se perde a cabeça

História de Encantar VII


Pelo pescoço acima, a raiva foi subindo até lhe turvar a visão.
Ficou tudo vermelho.
Pontapeou um balde que se desfez em dezenas de cacos de plástico.
Pegou no despertador irritante e esmigalhou-o de encontro à parede.
Deu urros, peidou-se e escarrou para o espelho.
Finalmente, tonto, caiu sentado no chão e ofegante.
Esteve ali uns minutos.
A pausa fê-lo recuperar a razão.
Tomou um banho frio, nas calmas, perfumou-se e vestiu-se.
Pegou na guitarra e foi para o bar.
Confraternizou com os companheiros, fumou umas coisas, bebeu várias cervejas e, quando o show começou, transmitiu toda a sua raiva para a guitarra.
Qual não foi sua surpresa quando ela se soltou das suas mãos, elevou-se no ar, e começou a espancar a sua cara impiedosamente, agitando-se no ar tal como um insecto gigante e descontrolado.
Por fim, ela levitou por mais alguns segundos e explodiu, vaporizando-se em pleno ar.
O público aplaudiu durante meia hora.
De pé.


Moral da história: O crack é demais!

História de Encantar VI





A lebre queixava-se continuamente de ser perseguida.
Achava que os outros a achavam chatinha e não havia modo de estar contente consigo própria. Desejava muito ter um pouco mais de bom senso :
- Todos os animais são sensatos ! Só eu é que continuo uma lerda! - dizia para si própria insistentemente.
Um dia, enquanto rezava, resolveu apresentar o seu problema a Deus, que todos sabiam que era tão bom.
Decidiu pedir-lhe ajuda:
- Meu Senhor, disse-lhe, todos os animais da floresta são sensatos, sábios, cheios de capacidades... Só eu é que não presto para nada. Só me apetece desaparecer de ao pé deles!! Não poderias dar-me um pouco de bom senso?
Para seu espanto, ouviu logo a voz de Deus que lhe respondeu:
- Está bem! Se é isso que tu queres, eu vou ajudar-te. Vai à sanzala e arranja uma abóbora grande; leva-a até ao cruzamento da floresta, faz-lhe um buraco e esconde-te lá dentro, de modo que ninguém te veja. Eu arranjarei modo de te dar o bom senso.
Toda a tremer de excitação, a lebre foi à sanzala, comprou uma abóbora e voltou a correr, indo colocá-la bem no meio do cruzamento. Só que, como achou que podia tornar-se perigoso ficar dentro da abóbora, resolveu não se esconder lá dentro, mas sim atrás de um arbusto que estava ali perto.
Esperou cerca de uma hora e eis que apareceram dois meninos, cada um deles com um pau.
Ao verem a abóbora, resolveram começar a dar-lhe cacetadas para ver quem a partia primeiro. Escusado será dizer que, num instante, a abóbora ficou feita em pedaços.
E os meninos seguiram o seu caminho.
A lebre ficou branca de pavor.
Voltou para casa e achou que já não ia rezar mais.
Mas o seu descontentamento era tanto que resolveu voltar a falar com Deus:
- Ó Senhor! - disse-lhe, muito zangada, - eu pensava que tu eras bom! Já viste o que me teria sucedido se me tivesse escondido dentro da abóbora?Como te atrevestes a pregar-me tamanha partida?
- Querida amiga! - respondeu-lhe Deus, sorrindo, se tu não fosses sensata terias morrido dentro da abóbora. Eu só quis mostrar-te que tu já tens toda a inteligência e sensatez de que necessitas.Não precisas de fugir para lado algum. Agora aprende a usá-las como deve ser.

Moral da história: Atrás de uma abóbora vêm sempre dois meninos com um pau.

terça-feira, maio 29, 2007

O vinho, pois claro !




 Foi comprovado cientificamente, que se bebermos mais de 1 litro de água por dia, durante um ano, no final desse ano teremos ingerido mais de um quilograma de coliformes fecais que estão diluídos na água, ou seja, 1 Kg de MERDA !
Já bebendo vinho, não corremos esse risco, uma vez que esses coliformes não sobrevivem ao processo de fermentação.
Assim sendo, peço a quem tenha lido esta informação, a sua divulgação a todos quantos bebem água, mostrando-lhes o quanto essa porra faz mal !
Pela minha parte está dado o alerta!
Não digam que não avisei !
Quem tiver consciência, vai chegar à conclusão de que é muito melhor beber vinho e dizer merdas, do que beber merda e não dizer nada !

segunda-feira, maio 28, 2007

Conversa da treta





DEUS - Vejo que continuas no teu diabólico afã de provocares escândalos com pedófilos e homossexuais.

DIABO - Com paneleiros, queres tu dizer?

DEUS - Ou isso... Mas evita dizer palavrões.

DIABO - Não tenho nada a ver com o caso. Com panascas não quero nada. Bem sabes que os detesto. Panascas e padres. E, se acumulam, entro em órbita.

DEUS - Então a quem se deve essa onda de pouca vergonha que assola Portugal?

DIABO - A ti, evidentemente! Tu é que criaste os paneleiros... ou homossexuais, como lhes chamas, já não falando nos pedófilos.

DEUS - Quando criei o Mundo, fiz o homem e a mulher, dando a cada um atributos bem definidos. Depois tu vieste e começaste a baralhar os sexos. Só para criares a confusão, como é teu costume...

DIABO - Deixa-te de atirar para cima de mim todos os males, pá॥ Bem sei que é cómodo para ti. Se uma coisa corre bem, é Deus. Se corre mal, é o Diabo. É uma falta de honestidade moral que nem parece tua.

DEUS - É assim que está estabelecido.

DIABO - Pois, convem-te... Aliás, neste sórdido caso, já era altura de fazeres o que fizeste com Sodoma e Gomorra: enxofre a arder para cima deles. Verias que perdiam a vontade de levar no cu e chupar os colhões à garotada. Mas talvez hoje já não tenhas tomates para fazer chover fogo...

DEUS - Tenho pensado nisso. É um bocado drástico...

DIABO - Se quiseres, ajudo. Trago umas pazadas de fogo do Inferno e queimo esses gajos todos.


DEUS - Queimados já eles estão, coitados...

DIABO - Coitados? Foda-se pá !Sempre essa hipócrita bondade!...

DEUS - Esperemos para ver. Talvez a justiça humana resolva o caso...

DIABO - Estás cota de todo caralho ! Não enxergas nada? Agora até o pedófilo mor Hugo Marçal, paneleiro confesso, já está no CEJ - Centro de Estudos Judiciais, a preparar-se para ser Juiz !
Quem vai ser julgado por um filho da puta destes?
Se a justiça dos homens for igual à justiça divina, fica tudo como dantes.
Uma merda!
Ainda vão ser presos os putos da Casa Pia ! É o que vai acontecer !
E o mauzão sou eu?
Foda-se !!!!

sábado, maio 26, 2007

A Caridadezinha




O novo estádio da cidade de AL-Kahder, nos arredores de Belém, na Cisjordânia, cuja construção foi financiada por Portugal, através do Instituto Português de Cooperação para o Desenvolvimento, vai ser inaugurado um dia destes.
O recinto custou dois milhões de dólares, tem capacidade para seis mil espectadores, é certificado pela FIFA e dispõe de piso sintético e iluminação.
A cerimónia de inauguração abrirá com uma marcha de escuteiros (os Judeus ainda não os toparam )locais, conduzindo as bandeiras de Portugal e da Palestina, e a execução dos respectivos hinos nacionais.

Em Portugal, já fechámos urgências, maternidades, centros de saúde e escolas primárias, mas oferecemos um estádio à Palestina.
Devíamos fechar o Hospital de Santa Maria e oferecer um pavilhão multiusos ao Afeganistão.
A seguir fechávamos a cidade Universitária e oferecíamos um complexo olímpico(também com estádio) à Somália.
E por último, como a caridadezinha deve começar sempre por nossa casa, fechávamos a Assembleia da República e oferecíamos os nossos "políticos" aos kurcudilos do Nilo.
10 milhões de Portugueses ficavam felizes !!